segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Versando intimamente ...

"Inda" agorinha estava organizando alguns livros antigos e deparei-me com o "Eu" do conterrâneo Augusto dos Anjos. Assim, à medida que transcrevo "Versos Íntimos", já grifo em negrito algumas frases apropriadas ao momento (friso: profissional kkk) :) ...

Versos Íntimos 
Augusto dos Anjos - Batizado por Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Paraíba, 20 de abril de 1884 - Leopoldina, Minas Gerais, 12 de novembro de 1914), poeta brasileiro.

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
                                              O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
                                              A mão que afaga é a mesma que apedreja
 
Se a alguém causa inda pena a tua chaga, 
Apedreja essa mão vil que te afaga, 
Escarra nessa boca que te beija!


Inté! :)

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