domingo, 7 de fevereiro de 2010

Delinquente? Talvez sim, Quiçá não!


Recentemente, recebi do CASH-FAMED/UFAL1 um “PDF“ com um título (“Somos todos delinquentes acadêmicos”) que me instigou à leitura.

 

Como o nome do arquivo enviado não trazia à interrogação (especulo aqui que pela dificuldade de se gravar caracteres no momento de se “guardar” uma cópia no HD do computador), a princípio pensei que se tratava de um manifesto neomaxista ou afim (Desculpem pelo enraizamento preconceituoso, mas confesso, acerca dos diretórios de estudantes). Contudo, para a minha grata surpresa, tratava-se de um artigo bem interessante sobre os “novos tempos” na Academia (E aqui agradeço ao pessoal do supracitado Centro Acadêmico pelo envio da matéria ...Certamente, não o conheceria de outra forma).

 

Vale à leitura reflexiva!

 

Em um texto ácido, mas de uma lucidez assombrosa, o Prof Antonio Ozaí da Silva (Docente do departamento de Ciências Sociais, Universidade Estadual de Maringá), Conduz-nos pelos corredores de uma realidade acadêmica “crua e nua”, e questiona:

 

 Somos todos delinquentes acadêmicos?”

  O título do trabalho per si já é provocativo....E já pegando um “bigu” nas palavras do autor:

“tenha consciência crítica do campo acadêmico, são várias as armadilhas presentes no cotidiano. Na verdade, as exigências administrativas, burocráticas e acadêmicas impõem práticas e discursos legitimadores que nos cercam por todos os lados. Estamos sujeitos à lógica da concorrência: somos assalariados, submetidos a regras e normas burocráticas que regem o nosso dia-a-dia. Se, por exemplo, queremos passar de um nível para outro na escala da carreira, deve mos apresentar a produção no período e somar o número de pontos exigidos.
Se menosprezarmos esse procedimento, teremos prejuízos financeiros acumulados. A necessidade de “pontuar” transforma a vida acadêmica numa espécie de contabilidade, na qual tudo o que fazemos é quantificado. Portanto, torna-se mais importante somar pontos do que a atividade em si. Publicar um artigo passa a ser muito mais uma necessidade administrativa, na medida em que vale “x” pontos para subir na carreira. A produtividade pressupõe quantidade. Assim, não importa se tem qualidade, a tiragem e onde foi publicado, menos ainda se será lido, mas sim se quem publicou tem os requisitos exigidos para que seja pontuado.7 Este tipo de pressão favorece práticas nada condizentes com o que se espera de um ponto de vista ético.”
Para ler o referido artigo na íntegra, clique AQUI
Sermos lembrados, acredito que a grande maioria quer,  mas , academicamente, que este reconhecimento não seja apenas via análise de um gráfico ou de uma tabela de dados...Quem sabe por uma excelente aula, um discente bem formado e com caráter que, futuramente, não precise espiar o Caderno de Laboratório (ou Protocolo) alheio para “ter” ideias e nem use uma conversa corriqueira para colheita fácil acerca do trabalho de pesquisa de um outro colega ..E assim, no dia seguinte, propor ao “Chefe” a sua mais “nova - brilhante – revolucionária” HIPÓTESE para um relevante problema científico...
Quase indo, lembrei de um trecho do Livro “Alice no País das Maravilhas) (Lewis Carroll) que gosto muito:
‘ - Gato Cheshire... quer fazer o favor de me dizer qual é o caminho que eu devo tomar?
- Isso depende muito do lugar para onde você quer ir - disse o gato.   -  Não me interessa muito para onde...- disse Alice.
- Não tem importância então o caminho que você tomar - disse o gato.
- ...contanto que eu chegue a algum lugar - acrescentou Alice como uma explicação.
- Ah, disso pode ter certeza - disse o gato - desde que caminhe bastante.’
Recolho-me ! Deixo, covardemente (ainda), a polêmica com os fatores de impacto, Índice H (H referente ao seu inventor Jorge E. Hirsch) e conduta ética para outra uma hora...”O tempo é Rei” ganancioso (mas também sábio juiz) de todos nós.
Ah !! Além do Gato Cheshire e Alice, lembrei-me agora de um excelente artigo que há muito tempo li (tentando entender o tal do "FATOR H")...”Peraí” que vou ver caçar aqui e já volto ...UFA ! Procurar algo nesse meu PC é uma Odisséia ... Espero não ter alongado muito o bordado de vocês. Voltemos ao referido artigo. ACHEI ! Clique AQUI para espiar mais.
 
Cá para nós, vou deixar Santa Proscratinação sem mais reza, pois, honestamente, preciso subir o meu primeiro degrau científico ...Quiçá dobrando o joelho, mas com o olhar firme e certeza de melhores dias...E, espero, não rezar de acordo com o CREDO do momento SEMPRE que o "FATOR" não estiver tão "H" em tempos vindouros (Acho que ainda, alfabeticamente, não cheguei na nesta mágica letra).   E o rosário se estica em preces longas e ajustes as sempre novas REGRAS...:0 
Assim, cutucando as “onças”, mas sem perder o humor.... Vamoas passear brevemente  e em imaginação, pelos departamentais-universários do mundo "PhD" (não há similaridade com personagens reais...:=) )  
Tomo I - Adequação do Método Científico à necessidade?
Tomo II – E agora ? 1 Citação, por favor !! (Aviso (que não é MEU): Não é necessário ler o meu artigo, apenas CITAR !! (Troca-se citações ?) 
Saudações sempre acadêmicas,
Luiza

 

NOTAS:

1. Centro Acadêmico Sebastião da Hora Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas - UFAL)

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