segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Lições aprendidas com um certo hamster de nome Heitor

Hoje, arrumando os meus livros, deparei-me com o exemplar de “Deuses Americanos” (American Gods; Editora Conrad Brasil) do Neil Gaiman. Alisei a capa e repentinamente, em minhas mãos caiu uma antiga foto, especialmente naquele caso, usada como marcador...
Lembrei de uma cena bem particular e surpresamente, vejo-me agora postando esse pequeno texto que será público (as já famosas contradições Luizianas).
Tinha acabado de defender a minha tese (Início de Setembro de 2004) quando tirei essa foto (Ver abaixo). Meses depois, Heitor, nome dado em homenagem ao herói troiano, foi-se. 

Atualmente, as minhas crenças pitagóricas não se sustentam mais em transmigração de almas. Contudo, até hoje sonho com um reencontro com o “meu” precioso Hamster... Em uma época, para mim, bem carente de mestres, o meu mais ilustre roedor, ensinou-me 7 lições douradas:

1. Máxima de vida
Poupar para o amanhã, com o suor do próprio trabalho e a força de suas bochechas mágicas, era, em minha opinião de tutora, a máxima de vida do Heitor.

2. Exercícios
Para o sábio Hamster, estes não se resumiam as “sagradas” caminhadas em sua rodinha “mágica”. O matreiro era adepto e tinha como rotina, outros esportes “radicais”: escaladas em guarda-roupas, humanos ou de mesas e cadeiras era comum....além do árduo transporte de pedras gigantes coletadas pela tutora em algum rio mineiro e que, faziam-se de cenário para o Reino do nosso herói.

3. Dieta equilibrada e antioxidante
Os pratos prediletos de Heitor eram mamão papaia, maça e figo desidratados, tâmaras, alface fresquinho, milho cozido e sementes de girassol tostadas(isso mesmo! O nosso herói tinha a gustação apurada) figuravam sempre no hamsteniano cardápio. Além destes, um chocolatinho amargo também era bem vindo, mas apenas de “quando em vez”.

4. Asseio diário
Observar o cuidado e o asseio do Heitor era uma verdadeira lição de amor próprio...Quanto zelo e quantas lambidas!! Pelo luzindo, corpo limpo... Na sequência, o sono dos justos.

5. Modéstia
Nunca se vangloriar de suas proezas e jamais buscar a fama como recompensa (Heitor nunca atendeu aos apelos de sua tutora para mostrar suas incríveis proezas às visitas... Amava o anonimato e a sua vidinha caseira).

6. Nunca temer o desconhecido
Preferir morar dentro do sofá ou no armário da área de serviço a sua mansão-gaiola...Quando da mudança de casa, por parte da sua tutora, foi o primeiro a se adaptar.
No seu “novo reino”, para morar o local escolhido foi à brecha atrás da estante... Já para passear o mundo aberto da nova “lajinha mineira” que acomodava a churrasqueira e para o nosso roedor um novo mundo a ser desbravado (Já não lembrava mais da antiga área de serviço)... Não tinha medo de corujas a espreitar...Ao contrário de 99,9999999% dos roedores, as suas aventuras não era à noite alta, mas ao cair da tarde, vendo o sol morrer! Nunca temia, mas a prudência (coisa de hamster mineiro,mesmmm) também sempre foi uma das maiores qualidades do nosso amado herói.

7. Aprender muito e incomodar pouco
Heitor era sábio em observar: Em território novo, veja se há outro dono... Em caso negativo, faça-o seu novo terreno...Pode ser só por alguns momentos, mas que seja o seu lar.
Não tem mamão? Pq ficar com fome? Vai manga mesmo! Não tem fruta, pq não mudar o cardápio? Contudo, não se pode perder princípios: carnívoro nunca!
Faltou comida? Tem guardada!
A Tutora viajou? Pq estranhar e arranhar quem ficou encarregado do nosso herói cuidar?
Chuva molha e encharca... Aos primeiros trovões, voltar para toca....Quando começam os primeiros pingos já se tem desconforto.
Sentiu que vai morrer...Procure sua antiga casinha (no caso de Heitor, desprezada há muito tempo)...Lá se recolha, aquiete-se e espere a inevitável hora...Pq incomodar de não há mais jeito e o tempo foi bem aproveitado? Morre-se sempre só mesmo!

Quanta sabedoria!

Heitor me provou que não é preciso se ter um (ou mais) PhD (s) para ser sábio e ensinar, por demonstração, lições sagradas de bem viver.
Se aprendi? Bem, essa não é a questão da vez... Contudo, acreditem, a sabedoria do nosso herói ainda ecoa em mim cobrando ação.

Saudações hamstenianas,
Luiza

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